Apostar no turismo regional. Esse foi o caminho apresentado por especialistas do setor durante a transmissão ao vivo (live) “Desafios do Setor Pós-Covid”, promovida pelo Costa dos Corais Convention & Visitors Bureau (CCC&VB).
Guilherme Paulus, fundador do Grupo GJP Hotels & Resorts e CVC Viagens; e Toni Sando, presidente da Unidestinos (União Nacional de CVBs e Entidades de Destinos) apresentaram suas percepções com relação à retomada e à recuperação do setor turístico-hoteleiro, duramente afetado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

A transmissão foi mediada pela presidente-executiva do CCC&VB, Ana Carvalho, e teve a participação do presidente da entidade, Luiz Cláudio Gonçalves, o “Lula”. A live, realizada na manhã de quarta-feira (15), teve mais de uma hora de duração e todo o seu conteúdo pode ser assistido no Facebook, na página da instituição, clicando AQUI.
Para Guilherme Paulus, o pós-Covid será “o começo de uma nova era”. Segundo ele, a retomada se dará lenta e gradualmente. Com a malha aérea reduzida, Paulus aponta que o transporte terrestre deverá ser retomado com força.
“Nós temos que trabalhar fortemente o turismo regional. Acho que essa é uma dica para os agentes de viagem. No início, vamos voltar com as viagens terrestres, não tem outro jeito. Ninguém vai dá mais férias para o automóvel, até por questões de segurança; então cabe a nós, os agentes de viagens, começar a fazer um trabalho no turismo regional”, propõe.
No tocante ao turismo internacional, Paulus acredita que a atividade só será retomada a partir de 2021 ou de 2022. O segredo, segundo ele, será investir na promoção do destino em países vizinhos como Argentina, Paraguai, Uruguai e Peru. “O mundo todo mudou, virou de ponta-cabeça. Então é uma retomada”, observou.
Toni Sando comparou a retomada da atividade turística no Brasil ao exercício de tomar uma sopa quente. “Tem que começar tomando pelas beiradas; se entrar com a colher no meio, você vai se queimar”, alertou.
Zona primária
Para ele, a zona primária será o principal alvo turismo no pós-pandemia. “Não adianta gastar dinheiro com promoção para tentar convencer o Brasil a ir para Maragogi ou a convencer o Brasil a vir para São Paulo; é besteira, dinheiro jogado fora. Será a zona primária que fará a retomada acontecer, gradativamente, e a gerar um pouco de resultado”, acredita.
Toni Sando recomenda que as redes sociais sejam utilizadas para despertar nas pessoas o encanto e o desejo de visitar o destino turístico, após a pandemia.
“Nós estamos em cativeiro. Se as pessoas começarem a imaginar que elas podem ir para Maragogi, que podem aproveitar o mar, podem fazer um passeio e isso ficar em seu subconsciente, 2021 poderá ser a grande virada e o retorno das atividades de todo o empresariado. Nesse momento, o que vale é paciência e criatividade”, ensina.