
Alagoas se apresenta ao visitante que chega pela AL-101 Norte em forma de frutas tropicais da estação, doces e outras guloseimas típicas de Maragogi. A alta temporada turística faz fervilhar o comércio às margens da rodovia estadual que corta o distrito de Peroba, na divisa com Pernambuco.
“Eu sempre acabo parando aqui para comprar uma manga, um caju fresquinho. É muito bom”, diz a professora Francisca Carvalho, natural de Palmares (PE) e hospedada em São José da Coroa Grande (PE), que faz limite com Maragogi.

As margens da AL-101 Norte se transformam num imenso tabuleiro de guloseimas e frutas desta época ano: cajus, mangas, mangabas. São dezenas de bancas de madeira montadas por moradores de Peroba que aproveitam a grande movimentação de turistas para faturar e incrementar a renda.
“Eu vendo aqui só na temporada, de outubro até o final de março.Tem dia que faturo R$ 100, mas tem dia que chego a vender R$ 900, como no dia de ano (31 de dezembro)”, comemora a vendedora Marili Silva de Almeida, 47 anos. Ela oferece aos clientes: frutas, doces e sequilhos, os tradicionais bolinhos de goma de Maragogi.

De inverno a verão, dona Ivone Maria dos Santos, 45, mantém a barraquinha de madeira e lona à margem da rodovia. É ali que ela tira o sustento para manter a família há 25 anos. “Tenho quatro filhos e meu marido está desempregado. Vivo disso aqui e do bolsa-família”, conta ela. Ivone está satisfeita com as vendagens, o que a incomoda é a falta de estrutura do local onde são comercializados os produtos.
“A prefeitura deveria organizar isso aqui, construir um ponto de apoio com banheiro, ajeitar nossas barracas”, sugere a moradora de Peroba. Há também os vendedores de cocada, ambulantes.
O jovem Leonardo Rafael da Silva, 27, vende o doce à base de coco e açúcar. Antes era apenas vendedor, mas há três anos passou a produzir a guloseima. Morador de Barreiros (PE), ele atravessa a divisa e enfrenta o sol diariamente, nas proximidades do posto da Polícia Rodoviária Estadual, onde chega a vender até 150 unidades.

“Eu aprendi a fazer cocada com a mulher para quem eu vendia os doces. Resolvi produzir e estou faturando um pouco mais. Lá em casa, agora, tem dois botijões de gás: um para cozinhar a comida e o outro só para fazer cocada. E assim vou levando a vida”, diz o pai de dois filhos.