Alagoas e Rio Grande do Norte zeram desmatamento da Mata Atlântica

Alagoas e o Rio Grande Norte conseguiram zerar o desmatamento da Mata Atlântica, entre 2018 e 2019. É o que aponta o “Atlas da Mata Atlântica” divulgado nesta quarta-feira (27) pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Outros sete Estados conseguiram reduzir o desflorestamento, conforme o Atlas. São eles: Espírito Santo (-31%), Goiás (-98%), Pernambuco (-12%), Piauí (-26%), Rio Grande do Sul (-15%), Santa Catarina (-22%) e São Paulo (-55%).

Fonte: SOS Mata Atlântica

Mas, no Dia Nacional da Mata Atlântica – comemorado neste 27 de maio – as boas notícias param por aqui. É que o desmatamento do bioma cresceu 27,2% no Brasil, entre 2018 e 2019, após dois anos de queda.

“O total de desflorestamento (classe mata – remanescentes florestais monitorada historicamente pelo Atlas) identificado nas áreas dos 17 Estados da Mata Atlântica no período 2018 a 2019 foi de 14.502 hectares (ha). Comparando a supressão da floresta nativa nos mesmos 17 Estados mapeados no período 2017 a 2018, houve aumento de 27,2% na taxa de desmatamento”, aponta o Atlas.

Minas Gerais lidera o ranking nacional do desmatamento por hectare. Foram 4.972 ha suprimidos, uma elevação de 47%, em comparação ao período anterior. Em segundo lugar vem a Bahia, com 3.532 ha destruídos; seguido do Paraná com 2.767ha dizimados.  

Os três líderes do ranking tiveram aumento de desflorestamento de 47%, 78% e 35% respectivamente, ao comparar com o período anterior. Já o quarto e quinto lugares da lista, Piauí e Santa Catarina, tiveram redução do desflorestamento em relação ao período 2017-1018 de 26% e 22%. Piauí somou 1.558 hectares desmatados e Santa Catarina 710 hectares.

“A ampliação do desmatamento da Mata Atlântica observada mostra que a destruição do meio ambiente não tem ocorrido apenas na Amazônia. E o fato é preocupante, já que restam apenas 12,4% da Mata Atlântica – o bioma é o que mais perdeu floresta no país até hoje”, afirma Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica.

“Ficamos decepcionados, pois os desmatamentos seguem nas mesmas regiões. Observamos vários desmatamentos em áreas interioranas e nos limites da Mata Atlântica com o Cerrado em Minas Gerais, na Bahia e no Piauí, além de regiões com araucárias no Paraná. Como são áreas já mapeadas anteriormente, os desmatamentos poderiam ter sido evitados com maior ação do poder público. É lamentável que sigam destruindo nossas florestas naturais, ano após ano”, afirma Marcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica e coordenadora geral do Atlas.

Pela primeira vez

Os estados com desmatamento zero são Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Marcia ressalta outra boa notícia: “Pela primeira vez dois estados conseguiram zerar os desmatamentos acima de 3 hectares: Alagoas e Rio Grande do Norte. Entre 2017-2018, Alagoas havia registrado 8 hectares de desmatamento, enquanto o Rio Grande do Norte teve 13 hectares”, afirma. O Atlas mede desflorestamentos maiores que 3 hectares.

“Em muitos estados que chegaram ao nível do desmatamento zero pode ocorrer o chamado efeito formiga, os desmatamentos pequenos que continuam acontecendo em várias regiões e o satélite não enxerga. É a floresta nativa sendo derrubada aos poucos, principalmente pelo avanço de moradias e expansão urbana”, diz ela.

Sobre a Fundação

A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG ambiental brasileira criada em 1986 para inspirar a sociedade na defesa da floresta mais ameaçada do Brasil.

A ONG atua na promoção de políticas públicas para a conservação da Mata Atlântica por meio do monitoramento do bioma, produção de estudos, projetos demonstrativos, diálogo com setores públicos e privados, aprimoramento da legislação ambiental, comunicação e engajamento da sociedade em prol da restauração da floresta, valorização dos parques e reservas, água limpa e proteção do mar.

Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como você pode ajudar em www.sosma.org.br.


Com informações da SOS Mata Atlântica

  

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