
Quando chega o Carnaval, Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, é tomada por foliões de várias partes do Brasil, mas em especial pelos pernambucanos do Agreste daquele estado.
De cidades como Caruaru, Brejo da Madre de Deus, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, eles aportam no município praiano, geralmente, em veículos do tipo Toyota Bandeirante, adaptados e expandidos.
Na bagagem, trazem de um tudo e ainda reservam um largo espaço para a alegria, que carregam e irradiam durante todos os dias de Carnaval. Eles organizam blocos, são músicos de orquestras de frevo que desfilam pela Avenida Senador Rui Palmeira, curtem frevo, axé, funk, swingueira…
Também movimentam a economia local por meio do aluguel de casas de veraneio, fazem compras no comércio, bares, restaurantes… Eram personagens obrigatórios para as minhas reportagens durante o Carnaval, quando trabalhava nas sucursais de O Jornal e Gazeta de Alagoas.
Numa dessas pautas, ao lado do repórter fotográfico e amigo Carlos Rosa, fiz o caminho inverso ao que os foliões tradicionalmente fazem: segui para o Agreste pernambucano para contar, semanas antes da folia começar, como aquele povo festivo vivia, trabalhava na indústria de jeans e, principalmente, se preparava para o Carnaval.
Dia desses, procurando um filme na Netflix, esbarrei num documentário interessante, que me fez recordar das histórias que contei nas páginas do jornal impresso: “Estou me guardando para quando o carnaval chegar”.
Nele, o diretor Marcelo Gomes mostra o ritmo frenético da produção de jeans em Toritama, onde são confeccionadas mais de 20 milhões de peças por ano. Os moradores do lugar trabalham o ano inteiro para, quando fevereiro chegar, se esbaldar nas praias do litoral Sul de Pernambuco e Norte de Alagoas.
São coisas que só o Carnaval e gente disposta a ser feliz são capazes de protagonizar. Essa é a minha dica de filme para o feriadão que se inicia. Espero que goste!