Artesanato alagoano ganha novos mercados no Brasil

Sair do ambiente comum da arte popular e ganhar espaços em novos mercados consumidores é um movimento predominante – e que chegou para ficar – entre as produções artesanais alagoanas.

A tendência não acontece por acaso. Enquanto principal fonte de renda de 85% dos profissionais, estabelecer possibilidades de diversificação de públicos e da capacidade criativa dos artistas é quase que moeda de troca para a garantia da geração de renda e crescimento de todo o setor.

Foto: Felipe Brasil

À frente desta nova dinâmica, o programa Alagoas Feita à Mão, do Governo do Estado, tem possibilitado a expansão da presença de artesãos locais em feiras e eventos próprios do segmento e protagonizam, agora, uma imersão ao mercado de design e arquitetura.

Com a participação viabilizada por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), as produções locais estão sendo fontes de inspiração e referência para os visitantes e consumidores da maior semana de design da América Latina, que está sendo realizada em São Paulo.

Desde o último dia 18, designers, arquitetos, estilistas e apreciadores do tema puderam conhecer um pouco mais de perto as criações dos artesãos alagoanos na instalação ‘Vento Nordeste’. Desta vez sob uma nova ótica, as produções apresentaram um artesanato capaz de influenciar e servir de base conceitual para futuros projetos e coleções de artistas de todo o país, como aconteceu com o designer de Curitiba e também expositor na Boompdesign, Marcos Bazzo.

“Para mim, que trabalho com as mãos, é realmente impactante ver a riqueza de tudo que vi ali, toda a grandeza de tramas, tranças de palha, de taboa, de rendas. Foi massa ver o que Alagoas produz na arte, além da pluralidade envolvida nesse processo. No design estão cada vez mais presentes os objetivos afetivos, que contém uma história, que emocione, e poder criar algo inspirado nessa experiência, juntar essa nossa atividade com o artesanato alagoano, talvez seja a minha grande receita”, comenta o designer.  

Outro evento que, durante a última semana, tem colocado o nome de Alagoas no mercado nacional de design e arquitetura é a exposição ‘Amostrada’ de tronos e cadeiras – também patrocinada pelo programa Alagoas Feita à Mão.

Entre as peças de Vaván, Jasson, Roberto Neves, Petrônio, Beto de Meirus, Nen, Daniel, João Carlos e os mestres André da Marinheira, Chico Cigano, Fernando Rodrigues e Valmir, o Estado ganhou e segue alcançando visibilidade. Prova disso são os mais de R$50 mil em produtos próprios que deverão ser comercializados ao longo da Semana de Design, que segue até o próximo dia 25.

Sob curadoria dos designers Roberto Consenza e Rodrigo Ambrósio, e coordenação da gerente de Design e Artesanato da Sedetur, Daniela Vasconcelos, e do arquiteto alagoano, Otávio Camerino, os dois espaços refletem a miscigenação e diversidade da cultura local.

“É uma questão clara e óbvia que qualquer uma dessas peças produzidas em Alagoas podia estar em qualquer capital do mundo, já que elas fazem esse contraponto das características do design de interiores, da arquitetura com o que podemos agregar da cultura do povo brasileiro. A partir do momento que expomos uma destas poltronas, por exemplo, você acaba influenciando não só a produção local, mas atinge uma escala maior com designers contemporâneos dentro e fora do país”, salienta Roberto Consenza.

Artesanato + Fecoep

Desde 2018, o movimento de agregar novos mercados às produções artesanais alagoanas passou a contar com um incentivador estratégico e apoiador do desenvolvimento socioeconômico: o Fundo Estadual de Erradicação e Combate à Pobreza (Fecoep).

Conduzido por meio do programa Alagoas Feita à Mão, foi disponibilizado R$1,5 milhão para investir, entre outras questões, na dinamização produtiva das diferentes regiões do Estado, contribuindo para o fortalecimento das produções artesanais e para a projeção dos profissionais em outros mercados, a exemplo da Semana de Design.

“Temos atualmente um cenário de quase 15 mil profissionais cadastrados, no qual 85% deles vivem exclusivamente da atividade artesanal, e desse total 67% possuem uma faixa salarial de um a três salários mínimos. Diante disso, é de extrema importância ter um parceiro que ajude a impulsionar o ganho econômico dos nossos artesãos seja por meio da realização de capacitações, consultorias, rodadas de negócios e participação em eventos que ultrapassem o segmento, englobando novos mercados consumidores”, explica a gerente de Design e Artesanato da Sedetur, Daniela Vasconcelos. 

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Texto de Rafaela Pimentel / Ascom Sedetur

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