
De janeiro a maio de 2013, a receita de prêmios na carteira de seguros turísticos (ou de viagens) no Brasil somou R$ 26,4 milhões contra R$ 18,9 milhões, registrada no mesmo período do ano passado. Isso representa um incremento na ordem de 39,6%. O crescimento do número de viagens de férias, turismo ou de negócios – proporcionado pela relativa estabilidade econômica – se reflete no mercado de seguros.
A valorização do Real, no período, elevou o número de embarques inter- nacionais o que também puxou para cima a receita desta categoria de seguro. Na opinião do diretor de uma corretora de seguros, Djaildo Almeida, uma viagem tranquila – desde o embarque, passando pela permanência e o retorno sem percalços – tem sido, cada vez mais, o desejo do brasileiro, ante os últimos acontecimentos trágicos envolvendo turistas nacionais em terras além-mar.
Ele cita como exemplo o que ocorreu na Turquia, onde três turistas morreram e outros sete ficaram feridos na queda de um balão na região da Capadócia. “Vejo dois caminhos para o aumento da procura pelo seguro viagem no Brasil. O primeiro é a conscientização do público brasileiro, muito em função dos sinistros ocorridos recentemente, como o caso da Turquia. O segundo é que a assistência médica internacional é muito cara, então, ele opta pela contratação do seguro para viajar mais tranquilo”, observou.
Atualmente, 27 países da Comunidade Europeia exigem que turistas comprovem possuir algum plano de assistência médica e hospitalar, no valor mínimo de € 30 mil. Almeida explica que o seguro viagem garante auxílio no caso de imprevistos no embarque, permanência e no retorno dos viajantes. “Há produtos para todos os destinos no Brasil e no exterior, adequados a todos os perfis de turistas e de profissionais que viajam a trabalho, por exemplo”, detalhou.
O custo do seguro, observa Almeida, é relativamente baixo. O preço (prêmio) depende de quantos dias a viagem vai durar, das coberturas e do valor da indenização a ser contratada. “Para destinos internacionais, o custo fica entre R$ 9,00 e R$ 25,00, por dia. Já para as viagens nacionais, de R$ 2,00 a R$ 4,00. O prêmio é pago de uma só vez, na maioria das contratações”. A cobertura básica obrigatória é para os riscos de morte acidental e invalidez permanente, parcial ou total, também por acidente.
“Para essas coberturas básicas são associadas diversas outras, mas nem sempre todas serão necessárias. Algumas são: assistência jurídica, médica e odontológica, localização de bagagens, danos à mala entre outros”, informou.
Viagens nacionais
Em Alagoas, de janeiro a maio deste ano, a receita de prêmios do seguro viagem somou R$ 42.706. Na visão do corretor Djaildo Almeida, esse volume poderia ser bem maior se as pessoas tivessem o hábito de contratar a cobertura em viagens nacionais. “Em qualquer viagem nacional, a partir de 100 km, o cliente pode fazer o seguro. Mas não há tanta procura para viagens curtas, o fluxo maior é para as internacionais”.
Em Maragogi, segundo maior polo hoteleiro de Alagoas, a Gazeta entrevistou diversos turistas nacionais. Em todos os casos, nenhum deles havia contratado o seguro viagem. Muitos até o desconheciam. “Sempre que viajo, faço a opção de comprar os pacotes sem o seguro; também, graças a Deus, nunca precisei usar. Por outro lado, tenho plano de saúde. Na verdade, já contratei uma vez, quando minha filha teve de viajar sozinha”, declarou a turista mineira Cristina Santos.
“Eu não sabia da existência deste tipo de seguro”, confessa o agropecuarista goiano Edésio Barbosa, curtindo as férias num resort. “Eu já ouvi falar, mas como viajo mui- to pouco, nem me preocupo com isso”, argumentou a turista Wanda Alice, também de Goiás. Em abril, uma turista mineira teve mal súbito e morreu nas piscinas naturais de Maragogi. Como não tinha o seguro viagem, a família arcou com as despesas do translado do corpo até Minas Gerais.
Empreendimentos investem em seguros opcionais

Empresas de receptivo, locadoras, hotéis, pousadas. Cada vez mais o trade turístico de Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, busca, na contratação de seguros relacionados a este segmento, uma forma de conferir maior segurança e bem-estar a seus clientes, bem co- mo evitar dissabores jurídicos e prejuízos financeiros por causa de possíveis sinistros.
Dono de uma empresa de receptivo turístico e locadora de veículos, cuja frota soma 37 automóveis, Mauro Stodolni investe, anualmente, na contratação de seguros, aproximadamente R$ 100 mil. São seguros obrigatórios, como o de responsabilidade civil, exigido pela Agência Nacional de Transporte e Trânsito (ANTT) às em- presas que atuam fazendo o translado de turistas, e os opcionais, a exemplo do automotivo e o Turista Seguro, uma modalidade que vem conquistando os empresários alagoanos do Litoral Norte do Estado.
“O seguro de responsabilidade civil cobre o passageiro dentro do veículo. O automotivo assegura o bem, mas como também trabalhamos com passeios, precisávamos de um seguro que promovesse a cobertura ao turista fora do veículo, do desembarque ao embarque; do hotel, passando pelos passei- os, até a sua cidade de origem”, argumentou. Ele acredita que o investimento anual de R$
100 mil vale à pena. Enquanto falava à Gazeta, foi interrompido com a ligação de um cliente informando-o sobre o sinistro com um veículo da locadora. “É assim, a gente nunca sabe quando vai acontecer. Com o seguro, evitamos prejuízos e proporcionamos tranquilidade e bem-estar aos nossos clientes” disse, aliviado.
Um dos maiores resorts de Maragogi também investe na compra de apólices. “Temos aqui o seguro de responsabilidade civil, que funciona como um seguro contra acidentes pessoais, cuja ocorrência de sinistro aconteça dentro dos limites do hotel. Desde o momento em que o hóspede entra aqui no resort a responsabilidade por sua integridade física é nossa”, ressaltou o gerente-geral, Ricardo Almeida.
“Apesar de não ser obrigatório, o seguro de responsabilidade civil para hotéis e pousadas é uma questão de bom-senso, uma vez que esses estabelecimentos recebem um grande número de clientes”, ponderou o corretor Djaildo Almeida.

Bugueiros com cobertura
O passeio de buggy pelas praias é a segunda atração turística mais requisitada em Maragogi, ficando atrás apenas das piscinas naturais. Nas areias, o tour é feito em veículos do tipo buggy, que proporciona a sensação de liberdade, mas que também gera receio em algumas pessoas. Muitas se sentem desprotegidas ao transitar neste tipo de veículo aberto. Em viagem de estudo patrocinada pelo Sebrae/AL a Natal (RN), integrantes da Associação dos Bugueiros de Maragogi (ABM) trocaram experiências com os condutores de buggy daquele Estado.
O passeio pelas dunas é uma das atrações principais da terra potiguar, mas vem sendo criticado em função de acidentes. Por meio do intercâmbio, surgiu a ideia de “importar” a contratação do Seguro Turista. “Surgiu a questão da segurança para o turista e também algum tipo de garantia para o próprio bugueiro e seus familiares em caso de morte, visto que é uma profissão que depende do bom estado físico e mental dos profissionais”, contou a bugueira Solemar Vasconcelos.
Ela lembra que, apesar de nunca ter acontecido um acidente com vítimas fatais em Maragogi, a ABM decidiu investir na compra das apólices para 26 profissionais. “Outro dia, tivemos um encontro com donos de agências de turismo. Um deles só fecharia a parceria conosco se tivéssemos o seguro. Daí, falei que já havia procurado e nenhum banco fazia. Então, o pessoal de Natal nos indicou o único do Brasil que nos dá essa cobertura”.
De férias em Maragogi, a bancária paulista Rosângela Oliveira disse sentir-se mais à vontade ao fazer o passeio sabendo que ela e seu filho estão segurados. “Assim aproveitamos melhor o passeio”, declarou, enquanto acomodava o filho no banco de trás.
Em Alagoas, 17 empresas já contrataram o Turista Seguro
Em Alagoas, 17 empresas já contrataram o Turista Seguro e 1.302 em todo o Brasil. No Estado, uma média de 1.200 turistas por dia fica segurada por meio desta modalidade e 20 mil em todo o País, uma vez que o cadastro é feito diariamente. O corretor Antônio César Cândido, 60 anos de idade e 35 anos de profissão, explica como funciona e como foi criado o programa, uma iniciativa pioneira no âmbito nacional.
“Tenho uma casa em Porto de Galinhas (PE) e vários clientes da minha corretora são empresas que trabalham com turismo, receptivos e hotéis. Reunido nesta praia com um grupo de empresas clientes, tive a reclamação que não existia nenhum seguro no mercado para atender as necessidades dos seus clientes”, recorda César, para depois exemplificar. “Um turista hospedado numa pousada ou que em Recife comprou um passeio de jangada para conhecer Porto de Galinhas. Neste passeio para as piscinas naturais sofre um profundo corte no pé ou pisou num ouriço. Mesmo sabendo que a culpa ou responsabilidade não é da empresa, o turista procura o guia ou o recepcionista atrás de ajuda. Muitos desses acidentados não têm plano de saúde ou este só atende na sua região. Foi assim que desenvolvemos o Turista Seguro, que ainda não tem concorrente no mercado”, acrescentou César.
O corretor revela que, semanalmente, são registrados 150 atendimentos a clientes, em média. A maioria envolve sinistros de pequeno porte. Ele conta que o diferencial do Turista Seguro é que disponibiliza planos com coberturas e custo a partir de um dia, compatível com os valores pagos pelos pacotes turísticos. “Em caso de acidente, fazemos o encaminhamento do turista a uma rede hospitalar credenciada de referência, onde será atendido sem nenhum custo para ele ou a empresa. Se necessário, continuamos assistindo o segurado quando do seu retorno à cidade de origem, informando, por exemplo, como utilizar o nosso sistema de reembolso de despesas médicas, hospitalares, farmacêuticas e odontológicas, garantindo também indenização por invalidez e morte”, explicou César.
Em caso de morte por acidente, a assistência garante ainda, segundo César, o traslado do corpo para qualquer parte do Brasil, inclusive custeando todas as despesas com o transporte aéreo e o funeral.
Fonte: Gazeta de Alagoas (Sucursal Maragogi)
Excelentes esclarecimentos do ilustre jornalista.Viajar, quer no nosso Brasil ou exterior é algo que nos faz sempre bem.Na Europa há uma grande preocupação para se oferecer aos turistas locais belíssimos e que são cuidados diariamente; as nossas praias, por exemplo, deveriam ser mais cuidadas, não apenas “para os turistas” mas para todos.É um dever de todos preservar NATUREZA!
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