A Segurança na Hotelaria foi um dos temas do 1º Encontro de Profissionais da Segurança Privada de Alagoas que aconteceu, na sexta-feira (05), em Maragogi, Litoral Norte de Alagoas. Profissionais da área destacaram a importância de se investir na prevenção de ações criminosas e assim evitar prejuízos às empresas hoteleiras e dissabores aos seus hóspedes. O evento foi realizado pelo Grupo de Profissionais de Segurança Privada de Alagoas (Gseg).
“Existem quadrilhas especializadas em agir contra hotéis e nossa intenção aqui é justamente mostrar um pouco como funcionar a segurança nesses estabelecimentos, os riscos e como prevenir esse tipo de ação delituosa. Pega muito mal para um estabelecimento uma pessoa se hospedar e ter seus bens furtados, por exemplo”, alertou Denis Mocock, pós-graduado em gestão de segurança e um dos palestrantes.
Ele lembrou que a Costa dos Corais alagoana se consolidou como destino turístico em âmbito nacional. Disse ainda que a região recebe um número cada vez maior de visitantes, que será elevado ainda mais com a realização de grandes eventos, a exemplo da Copa do Mundo Fifa de Futebol, no próximo ano. Por tudo isso, Denis recomenda que as empresas hoteleiras invistam em segurança privada.
“A primeira coisa a se fazer é o investimento em pessoal. É preciso dispor de uma equipe que cubra pontos vulneráveis e os equipamentos necessários. Um bom sistema eletrônico com câmeras, sensores e alarmes sai por cerca de R$ 30 mil. A questão do efetivo varia de acordo com o tamanho do empreendimento, quantidade de pessoas e a área de risco onde está instalado”, explicou.
Denis revela que o bandido que ataca hotéis e pousadas é itinerante: age em um destino e logo se dirige a outra região para cometer os mesmo delitos.
“O fato que mais acontece é o pequeno furto. O elemento entra no estabelecimento se passando por cliente e vai ao restaurante rouba uma bolsa, um notebook; se infiltra num evento e rouba equipamentos deixados sobre a mesa. Em segundo lugar, existe o estelionatário, que se hospeda com documentação falsa, que vem com reserva fria para dar algum tipo de golpe. Assaltos à mão armada acontecem em menor escala. O ladrão que assalta um hotel dessa forma é um ladrão desinformado, porque dificilmente os estabelecimentos trabalham com numerário (dinheiro vivo)”.
Segurança privada
O presidente do Gseg, Ivaldi Silva, citou que a maioria dos empreendimentos hoteleiros instalados no Litoral Norte de Alagoas trabalha com segurança orgânica, ou seja, profissionais contratados pelas próprias empresas para compor seus quadros funcionais. Para ele, os empresários não devem apenas esperar que o Estado garanta a proteção, ao recordar a precariedade do sistema público, mas investir na prevenção por meio da segurança privada e na qualificação dos seus funcionários.
“O ideal é trabalhar em conjunto, uma parceria entre a segurança privada e a pública, com a iniciativa privada dando a logística necessária. A gente observa que uma grande parte das empresas hoteleiras começa a fazer uso da segurança eletrônica na região, como sistemas de câmeras e alarme, mas esquece o fator físico, humano, que são os profissionais. É preciso profissionalizar esse pessoal. Muitas empresas, por serem pequenas, não têm condições de dar esse suporte de qualificação”, observou.
Mas, quem pensa em contratar uma empresa de segurança privada necessita ter alguns cuidados. A cada empresa que atua legalmente no ramo da segurança patrimonial no Brasil, seis são clandestinas, revela o analista de segurança empresarial Ricardo Tadeu Corrêa. Presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg), ele foi um dos palestrantes do 1º Encontro de Profissionais da Segurança Privada de Alagoas, realizado no Centro de Convenções do resort Salinas do Maragogi.
“Hoje, para você ter idéia, para cada empresa registrada na Polícia Federal (PF), existem seis clandestinas. Então, quer dizer, de cada cem sinistros que ocorrem nesse setor envolvendo a segurança, 95 casos são gerados tendo a segurança clandestina instalada”, revelou Tadeu.
O analista destaca que os empresários precisam ficar atentos na hora de contratar um serviço de segurança. A empresa precisa estar regularizada junto à PF. Fazer uso de profissionais clandestinos pode gerar problemas trabalhistas e até representação criminal em desfavor do contratante.
“O contratante tem de requerer toda a documentação pertinente à legalização dessa empresa e dos profissionais que nela trabalham. Eles precisam ter o curso de formação de vigilantes, precisam ter registros: a Carteira Nacional de Vigilante (CNV), enfim, tem de requerer toda a documentação antes mesmo da tomada de preço”, destacou ele, lembrando que o barato pode sair caro e que no setor da segurança privada paga-se pela idoneidade. Uma das formas de saber se determinada empresa de segurança está regularizada é acessando o portal da Polícia Federal (www.dpf.gov.br). Fica a dica!