“Dilma (Rousseff) anuncia verba para aeroportos de Arapiraca e Maragogi”. Essa é a chamada de capa da Gazeta de Alagoas, edição desta sexta-feira (21), com matéria em destaque na página 21, editoria de Economia.
A notícia não deixa de ser alvissareira, sobretudo para Maragogi, segundo polo turístico de Alagoas, na Costa dos Corais, extremo Litoral Norte. Ao todo, o Estado receberá R$ 125,6 milhões do governo federal para melhorias na infraestrutura portuária do Zumbi dos Palmares e para a construção dos dois aeroportos regionais de Arapiraca e Maragogi.
Os recursos virão do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) e foram anunciados ontem pela presidente Dilma Rousseff, durante o lançamento do Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos. A boa nova não pode deixar de ser comemorada, embora sob o espaço aéreo de Maragogi paire a desconfiança.
A construção do Aeroporto foi anunciada ainda no início dos anos 2000 e ganhou força de arranque em 2004, quando a prefeitura e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) viabilizaram o terreno para a construção do empreendimento. A área fica no Assentamento Junco. Naquela oportunidade, foi anunciada a liberação de R$ 15 milhões para o início das obras.
Oitos anos depois, nenhum tijolo foi sobreposto na área. Este ano, a construção do Aeroporto Costa dos Corais, que também já foi denominado Costa Dourada, voltou a ser discutida com o anúncio da liberação de mais recursos. O entendimento entre os governadores de Alagoas, Teotonio Vilela (PSDB), e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que pretendem, por meio de convênio, tocar a empreitada, deram novo ânimo à execução do projeto.
A ideia é que o aeroporto sirva também ao Porto de Suape (PE) para o transbordo de mercadorias o que viabilizaria a construção, uma vez que se teme que a malha aérea comercial não seja suficiente para gerar recursos e manter os custos do operacionais do equipamento.
As obras de implantação do aeroporto de Maragogi estão orçadas em cerca de R$ 70 milhões. O governo de Alagoas firmou convênio com o Ministério do Turismo (MTur), por meio do Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste), garantindo R$ 15 milhões para o início das obras. A data para a partida, entretanto, ainda não foi divulgada.
O projeto, que já possuía licença prévia, teve de ser revisto pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra). Isso porque dentre as principais novidades inseridas está a construção de um terminal de cargas aéreas no aeroporto que atenderia ao Porto de Suape (PE), como já falei anteriormente.
O aeroporto de Maragogi mais se assemelha a um combalido avião que tenta decolar, mas lhe faltam forças. Condições externas, como interferências políticas e econômicas, além da burocracia oficial, também se convertem em sobrepeso e impedem que a aeronave ganhe os ares.
Parte do trade turístico, que tem poder de decisão, parece não desejar a execução da obra ou pelo menos não se mobiliza para tal, como fez em 2002 para garantir a implantação do sistema de saneamento básico. Empresas, como o resort Salinas do Maragogi, já se posicionaram favoráveis à construção, mas falta o engajamento de todos, ao menos para dizer se querem ou não um investimento da ordem de R$ 70 milhões, afinal o boing pode passar.
“Só os três grandes hotéis de Maragogi recebem, semanalmente, em média, 1.400 turistas, na baixa estação, e 2.200 na alta temporada. Esse era o fluxo de passageiros que Maceió recebia há 10 anos para o turismo de lazer. Por tudo isso, Maragogi já comporta um aeroporto regional, que vai atrair mais investimentos e representará um salto de qualidade para o destino turístico de toda a Costa dos Corais”, pontuou o gerente-geral Ricardo Almeida, nas páginas da Gazeta, em entrevista recente.
É bem verdade que a cidade precisa de outras obras estruturantes: um terminal rodoviário, uma revitalização consistente e decente das ruas centrais, melhorias no trânsito, um hospital, mais saneamento… Entretanto a construção do aeroporto deveria ser, também, tratada como prioridade, sobretudo pela classe que mais se beneficiaria com a obra, a classe hoteleira, o trade turístico.
Maragogi ainda é visitada devido a bela natureza que Deus criou e aos empresários, pois se dependesse dos seus gestores estaria acabada. A área urbana não tem infraestrutura, a urbanização da orla é um horror e a cidade não tem um bom acesso. Ao viajar para Recife pelo litoral sempre visito Porto de Galinhas e Maragogi, é quando vejo a imensa diferença entre ambas. Enquanto isso o prefeito está sendo investigado pelo MP. É Alagoas, mas isso tem que mudar um dia, não merecemos tanta decepção
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